Segundo Marcelo Neri, da FGV Social, a renda do trabalho da metade mais pobre da população cresceu 10,7%
O presidente Lula tem repetido que “2025 será o ano da colheita”. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a alta no rendimento das famílias apontam no mesmo sentido: a renda domiciliar por pessoa nominal subiu 9,3% em 2024, puxada principalmente pelo aumento do emprego, o que reforça o cenário de redução das desigualdades sociais e de crescimento econômico inclusivo, sustentam especialistas consultados pelo jornal O Globo.
Marcelo Neri, diretor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, esclarece que, descontada a inflação, a renda domiciliar per capita do trabalho cresceu 7,08% no quarto trimestre de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior. No Nordeste, o avanço chegou a 13%. Esse indicador da FGV não inclui nos cálculos benefícios sociais do governo federal, como o Bolsa Família.
“A grande novidade que esses dados vão mostrar, seguindo os dados de renda de trabalho, é a queda da desigualdade. A desigualdade, embora no menor nível da série em 2023, estava empatada com 2022”, compara Neri.
Ainda de acordo com o economista, a renda do trabalho da metade mais pobre da população cresceu 10,7% em 2024. Entre as classes médias, a alta foi de 8,7%, enquanto que, para os mais ricos, ficou em 6,7%. O rendimento médio por pessoa expandiu 4,7% no ano passado, em termos reais, índice ajustado pelo valor da inflação.
Na avaliação de Marcos Hecksher, economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o avanço da renda das famílias em níveis superiores ao Produto Interno Bruto (PIB) – hoje em torno de 3,8%, bem acima das expectativas do chamado mercado – se deve à queda do desemprego e não aos programas sociais do governo. A situação era inversa em 2023, quando o Bolsa Família manteve-se como fator determinante.
Hecksher contabiliza que a massa de rendimentos da população cresceu 5,2% em termos reais no ano passado. Quando se considera apenas a renda proveniente do trabalho, entretanto, a alta foi superior, atingindo 6,4%.
“É um aumento do rendimento das famílias puxado pelo trabalho. O trabalho está crescendo mais do que as outras rendas. Ao contrário do que aconteceu em 2023. Teve expansão do Bolsa Família muito forte em 2023, e 2024 teve outros acréscimos, mas não teve esse ganho que houve em 2024”, resume.
Ambos os economistas ouvidos pelo diário fluminense alertam que os juros elevados comprometem o processo de redução das desigualdades sociais no país, como defende Lula, e que a manutenção da atual política monetária pelo Banco Central (BC) provoca a desaceleração da economia.
Para Neri, em 2025, as perspectivas em relação à taxa básica de juros, a Selic, exigem cautela: “Temos que aguardar. O mercado de trabalho não dá sinais de arrefecimento, apesar do movimento de alta da taxa básica de juros, que tem um efeito defasado”.
Atualmente, o BC mantém a Selic em 13,25% ao ano, o segundo encargo mais oneroso do mundo, atrás apenas do praticado na Turquia.
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado, Rogério Carvalho (SE), comemorou o aumento da renda das famílias e a redução das desigualdades sociais no país. Por meio do X, o parlamentar disse que “o Brasil segue avançando com Lula”. “Esse resultado é prova do compromisso do presidente Lula com um desenvolvimento econômico inclusivo, que reduz desigualdades e melhora a vida do povo”, apontou o senador.
“Enquanto alguns defendem cortes e retrocessos, Lula investe no Brasil real, garantindo mais oportunidades, mais renda e mais dignidade para os trabalhadores, construindo, assim, um país mais justo, próspero e solidário para todos os brasileiros e brasileiras!”, completou.
Também no X, o senador Humberto Costa (PE) destacou o crescimento do rendimento dos trabalhadores do Nordeste. “A renda domiciliar por pessoa nominal cresceu 9,3% e reforça a perspectiva de um crescimento inclusivo no Brasil, com a queda na desigualdade de renda. Só no Nordeste, o avanço foi de 13%. Bora, Brasil! Bora, Lula!”, comemorou.
O senador Beto Faro (PA), por sua vez, exaltou o desempenho da economia sob Lula, para desgosto dos pessimistas. Segundo ele, “este sim é o país que queremos”. “Economia decolando, salários melhorando e desemprego caindo”, resumiu Faro.
Já a senadora Augusta Brito (CE) defendeu que o incremento da renda das famílias comprova os esforços do governo federal para fortalecer o emprego e reduzir as desigualdades sociais.
“Com mais oportunidades e valorização do trabalho, avançamos rumo a um país que já em 2026 estará fora do mapa da fome novamente”, afirmou.
Da Redação (do "Site" do PT), com O Globo