Poemas de Diana Pilatti, aniversariante de HOJE, 21 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA POESIA: DEUSA
já era quase a nona lua
quando no olho da noite
inventei uma estrela
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 16/04/2023
Código do texto: T7765510
Classificação de conteúdo: seguro
... VOCÊ, PASSARINHO
saudade – tempo e distância
nó que desato
poema e lágrima
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 26/02/2023
Código do texto: T7728170
Classificação de conteúdo: seguro
... lenitivo
madrugada pequena
busco uma palavra
que me console
busco a palavra
que me cesse
no silêncio
o conforto
do sono das horas
Diana Pilatti
Poema publicado na Antologia Casa Gueto, cujo lançamento aconteceu em novembro de 2022, na Festa Literária Internacional de Paraty.
Diana Pilatti ... pequeno poema sobre o verbo que dorme
entre os retalhos da infância
o verbo dorme
sereno
como as manhãs de feriado
glauco
lúmino
como um sorriso nas fagulhas do dia
no verbo que dorme
inexisto
movimento mudo
entre as coxas deste poema
finito
*Poema inédito publicado na Antologia Patuá 10 anos, em 2021 (página 82). Este poema é a primeira parte de um poema mais longo, chamado Não dicionarizadas, que estará no meu próximo livro As Cinzas.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 19/06/2022
Código do texto: T7541351
Classificação de conteúdo: seguro
Licença Creative Commons ... Primordial (poema bilíngue)
Primordial
Diana Pilatti
no viés do Tempo pregresso
antes das coisas serem
antes da primeira chuva
antes de iniciarem as primaveras
quando só a ausência habitava a face da terra
havia uma palavra
impronunciável
a palavra ainda não dita
anônima
amorfa
átona
ambígua
fêmea
fértil
entre os dentes do Tempo
a primeira Palavra habita
Primordial
Diana Pilatti
Translated by Bruno Sales
in the slant of a Time foregone
before things were
before the first rain
before springs commenced
when only absence inhabited the face of the earth
there was a word
unpronounceable
the word not yet spoken
anonymous
amorphous
unstressed
ambiguous
female
fertile
in between the teeth of Time
the first Word dwells
* * * * * * * * * * * * *
Mulherio das Letras - EUA lança coletânea bilíngue de poemas Raízes: Brazilian Women Poets in Translation. Publicado pela Editora Popular Venas Abiertas, reúne poemas de 47 brasileiras.
Meu poema "Primordial" está nesta coletânea e sua versão em língua inglesa foi feita por Bruno Sales.
O livro foi idealizado e editado pelas professoras Angela Rodriguez Mooney (Tuskegee University), Cecília Paiva Ximenes Rodrigues (University of Georgia), Cris Lira (University of Georgia), Lígia Bezerra (Arizona State University) e Luana Reis (University of Pittsburgh).
Para mim, estar nesta coletânea histórica é motivo de grande orgulho.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 13/06/2022
Reeditado em 07/07/2022
Código do texto: T7536785
Classificação de conteúdo: seguro
... Artifícios do Silêncio
Ontem você me disse que os fogos não fazem mais barulho.
Como isso é possível?
Luzir tão intensamente vestindo só o silêncio?
Como é possível iluminar todos os horizontes,
ser noite faiscante,
sem alardear entre as nuvens?
Ontem você me disse
que os fogos
não fazem mais barulho.
Como poderia?
Subir ao céu,
alçar voo
prateando o manto retinto
sem retumbar pelas frestas do infinito?
Ontem
você disse
os fogos
não fazem barulho…
Qual ladainha, então
cantaria o velho mandarim
ao ver tão caladas estrelas fátuas
como lágrimas cadentes na face do tempo-despedida?
Ontem
você disse.
E o céu já não é o mesmo...
Então ficaremos a sós
eu você e a distância
versos silentes
na cintilância da palavra nestes olhos de constelações fugazes…
Na quietude da noite o coração corisca.
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 01/12/2021
Código do texto: T7398014
Classificação de conteúdo: seguro
... éon
às margens do Jarayes
colhia palavras silvestres
e nos versos líticos
polias a eternidade
no teu tempo-poeta
parietal e efêmero
minha própria essência
primata e lírica
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 29/11/2021
Código do texto: T7396596
Classificação de conteúdo: seguro
Licença Creative Commons ... Rêverie
Na cela da noite
te inventei
Cavaleiro da Lua.
era você
no jardim dos espelhos
segredando poesia
meu sonho-alice
e me sorria estrelas
num perfume opala
céu e precipício
cadente róseo
já passa das três
o silêncio distraído
me trouxe você…
noite insone
e me leu um poema
rosado
sussurro de auroras
e devaneio
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 27/11/2021
Código do texto: T7395182
Classificação de conteúdo: seguro
... Carta de fevereiro
ainda chove
querido amigo
na boca da tarde
memória-ferrugem
e um segredo de águas
ondula e consome
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 25/11/2021
Código do texto: T7393849
Classificação de conteúdo: seguro
... talvez
a palavra ainda caminha presa neste sonho
pés inchados
ferida
caixa torácica:
corro
tempo que não para
morro
na próxima esquina
outra noite oca
outra manhã incerta
vento frio
assovio
a palavra chicoteia as horas
pinta um rosto
no vão da memória
límpido
líquido
ilusório
chama-lhe
madrugada
dia outro
nome-manhã
há sede
há fome
dói pensar no nunca mais
palavra última
palavra não dita
a escorrer da boca
silêncio:
não dói pensar que talvez eu morra
*Poema publicado na Antologia Identidades
Editora Venas Abiertas
2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 17/10/2021
Código do texto: T7365350
Classificação de conteúdo: seguro
... um momento
um momento
nada mais
do que esta lentidão de dezembro
entre a súplica do fim
e a euforia do começo
nada há entre esse momento
parado
estático
e o momento próximo
de todas as cores
de todos os dulces
de toda espera esquecida num segundo
neste momento
– o da sua ausência –
tudo está cheio de silêncios
e cheio dessa vontade de chuva
que o mormaço das horas implora todos os fins de tarde
na poesia que esvazio
a agonia da sua fuga
a tortura do seu nunca
neste momento-súplica
que as fiandeiras se compadeçam
da minha rudeza
prisioneira deste momento inerte
na erosão do instante
entre sua partida e sua chegada:
o talvez agudo
que me rasga
sem cerimônia
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 05/10/2021
Código do texto: T7357451
Classificação de conteúdo: seguro
... O Mito da Criação
No princípio era o Caos
Então pari uma palavra
insuportável impronunciável
num verso de Solidão
Primeiro dia
Dos meus abismos
fez-se vertigem e treva
sobre o Nada a Poesia caminha
Segundo dia
Do meu Delta Sagrado
veio e visgo
e te inicio líquido euclásio
Terceiro dia
Sopro cântico alado
e do meu pelo
relva viva enleio
Quarto dia
Farta de Solidão
te fiz Estrelas e me fiz Lua
na antecâmara da noite
Quinto dia
Do meu flanco
fiz feras minhas filhas
voracidade viva centelha minha
Sexto dia
Dos meus ciclos
minha imagem e semelhança
Lilith – fagulha e caos
Sétimo dia
No côncavo da tua axila
o encaixe lasso
e meus dedos finos no teu peito...
* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021
Código do texto: T7354602
Classificação de conteúdo: seguro
... O Mito da Criação
No princípio era o Caos
Então pari uma palavra
insuportável impronunciável
num verso de Solidão
Primeiro dia
Dos meus abismos
fez-se vertigem e treva
sobre o Nada a Poesia caminha
Segundo dia
Do meu Delta Sagrado
veio e visgo
e te inicio líquido euclásio
Terceiro dia
Sopro cântico alado
e do meu pelo
relva viva enleio
Quarto dia
Farta de Solidão
te fiz Estrelas e me fiz Lua
na antecâmara da noite
Quinto dia
Do meu flanco
fiz feras minhas filhas
voracidade viva centelha minha
Sexto dia
Dos meus ciclos
minha imagem e semelhança
Lilith – fagulha e caos
Sétimo dia
No côncavo da tua axila
o encaixe lasso
e meus dedos finos no teu peito...
* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021
Código do texto: T7354602
Classificação de conteúdo: seguro
... Hedonê
nas maçãs fulguras rubra
Hedonê
num sopro de verão
a poesia saliva
os versos lúbricos escapam
entre o ranger dos dentes
te bendizem te bendizem
madrugada latente
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2021
Código do texto: T7353912
Classificação de conteúdo: moderado
Licença Creative Commons ... versos para esquecer
das cinzas do dia
teu nome me insiste
ecoa cálido sibilo
entre os dentes da noite
te exorcizo nestes versos
Órion
visgo de estrelas
da minha boca
da minha pele
teu nome madrugada
com a mesma força
eflúvio e sede e devoção
a poesia que decomponho
e para meu alento [e sepultura] — parto
poeira de Lua e Tempo
no viés da palavra
[desfaço nós]
sem pronúncia: sou outra
“na curva extrema do caminho”
despedida
[e em teus adros
meu nome
totem profano]
*Poema do livro Palavras Diáfanas que saiu nesta segunda-feira na Revista Gueto.
https://revistagueto.com/2021/08/02/versos-para-esquecer-poema-de-diana-pilatti/
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 03/08/2021
Código do texto: T7313320
Classificação de conteúdo: seguro
... noite
as horas agonizam sobre meu corpo
e do léxico-pretérito a essência cíclica
de todas as deusas
entre minhas pernas tua devoção
e nos meus abismos teu verso santo
____
Poema do Palavras Diáfanas
Editora Patuá, 2021
https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 26/06/2021
Código do texto: T7287079
Classificação de conteúdo: seguro
... significante
uma palavra
perdida
no viés da boca
escapa
no plissê dos lábios
foge
no fôlego
que me sorve
no meu silêncio
faz-se ocaso
no meu rosto
arrebol
e desejo
na poesia
que me desenhas
*
Poema do livro "Palavras Diáfanas"
Editora Patuá
2021
https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 30/05/2021
Código do texto: T7267472
Classificação de conteúdo: seguro
... seu nome
está nos meus sonhos
na lentidão dos meus enigmas
na rima translúcida
nas minhas masmorras
surge
libertino-poético
cortina vermelha na minha anarquia
na poesia-saliva
seu nome tinto
perdido
na minha boca
rutila
*
Poema do livro "Palavras Diáfanas"
Editora Patuá
2021
https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 29/05/2021
Código do texto: T7267108
Classificação de conteúdo: seguro
... INVERNO
tua ausência
caminha pela noite branca
saudade constante
2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021
Reeditado em 15/09/2021
Código do texto: T7190204
Classificação de conteúdo: seguro
... INVERNO
tua ausência
caminha pela noite branca
saudade constante
2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021
Reeditado em 15/09/2021
Código do texto: T7190204
Classificação de conteúdo: seguro
... carne
nas estrias do tempo
poeta
te fiz ser finito
palavra-corpo
imóvel
saliva papila
que odeio e adoro
~fragmento/rascunho
maio.2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2020
Código do texto: T7075700
Classificação de conteúdo: seguro
... chove
teu verbo poeta
incendeia a madrugada
beijo de verão
dez.2019
Diana Pilatti
Enviado porPoemas de Diana Pilatti, aniversariante de HOJE, 21 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA POESIA: DEUSA
já era quase a nona lua
quando no olho da noite
inventei uma estrela
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 16/04/2023
Código do texto: T7765510
Classificação de conteúdo: seguro
... VOCÊ, PASSARINHO
saudade – tempo e distância
nó que desato
poema e lágrima
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 26/02/2023
Código do texto: T7728170
Classificação de conteúdo: seguro
... lenitivo
madrugada pequena
busco uma palavra
que me console
busco a palavra
que me cesse
no silêncio
o conforto
do sono das horas
Diana Pilatti
Poema publicado na Antologia Casa Gueto, cujo lançamento aconteceu em novembro de 2022, na Festa Literária Internacional de Paraty.
Diana Pilatti ... pequeno poema sobre o verbo que dorme
entre os retalhos da infância
o verbo dorme
sereno
como as manhãs de feriado
glauco
lúmino
como um sorriso nas fagulhas do dia
no verbo que dorme
inexisto
movimento mudo
entre as coxas deste poema
finito
*Poema inédito publicado na Antologia Patuá 10 anos, em 2021 (página 82). Este poema é a primeira parte de um poema mais longo, chamado Não dicionarizadas, que estará no meu próximo livro As Cinzas.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 19/06/2022
Código do texto: T7541351
Classificação de conteúdo: seguro
Licença Creative Commons ... Primordial (poema bilíngue)
Primordial
Diana Pilatti
no viés do Tempo pregresso
antes das coisas serem
antes da primeira chuva
antes de iniciarem as primaveras
quando só a ausência habitava a face da terra
havia uma palavra
impronunciável
a palavra ainda não dita
anônima
amorfa
átona
ambígua
fêmea
fértil
entre os dentes do Tempo
a primeira Palavra habita
Primordial
Diana Pilatti
Translated by Bruno Sales
in the slant of a Time foregone
before things were
before the first rain
before springs commenced
when only absence inhabited the face of the earth
there was a word
unpronounceable
the word not yet spoken
anonymous
amorphous
unstressed
ambiguous
female
fertile
in between the teeth of Time
the first Word dwells
* * * * * * * * * * * * *
Mulherio das Letras - EUA lança coletânea bilíngue de poemas Raízes: Brazilian Women Poets in Translation. Publicado pela Editora Popular Venas Abiertas, reúne poemas de 47 brasileiras.
Meu poema "Primordial" está nesta coletânea e sua versão em língua inglesa foi feita por Bruno Sales.
O livro foi idealizado e editado pelas professoras Angela Rodriguez Mooney (Tuskegee University), Cecília Paiva Ximenes Rodrigues (University of Georgia), Cris Lira (University of Georgia), Lígia Bezerra (Arizona State University) e Luana Reis (University of Pittsburgh).
Para mim, estar nesta coletânea histórica é motivo de grande orgulho.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 13/06/2022
Reeditado em 07/07/2022
Código do texto: T7536785
Classificação de conteúdo: seguro
... Artifícios do Silêncio
Ontem você me disse que os fogos não fazem mais barulho.
Como isso é possível?
Luzir tão intensamente vestindo só o silêncio?
Como é possível iluminar todos os horizontes,
ser noite faiscante,
sem alardear entre as nuvens?
Ontem você me disse
que os fogos
não fazem mais barulho.
Como poderia?
Subir ao céu,
alçar voo
prateando o manto retinto
sem retumbar pelas frestas do infinito?
Ontem
você disse
os fogos
não fazem barulho…
Qual ladainha, então
cantaria o velho mandarim
ao ver tão caladas estrelas fátuas
como lágrimas cadentes na face do tempo-despedida?
Ontem
você disse.
E o céu já não é o mesmo...
Então ficaremos a sós
eu você e a distância
versos silentes
na cintilância da palavra nestes olhos de constelações fugazes…
Na quietude da noite o coração corisca.
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 01/12/2021
Código do texto: T7398014
Classificação de conteúdo: seguro
... éon
às margens do Jarayes
colhia palavras silvestres
e nos versos líticos
polias a eternidade
no teu tempo-poeta
parietal e efêmero
minha própria essência
primata e lírica
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 29/11/2021
Código do texto: T7396596
Classificação de conteúdo: seguro
Licença Creative Commons ... Rêverie
Na cela da noite
te inventei
Cavaleiro da Lua.
era você
no jardim dos espelhos
segredando poesia
meu sonho-alice
e me sorria estrelas
num perfume opala
céu e precipício
cadente róseo
já passa das três
o silêncio distraído
me trouxe você…
noite insone
e me leu um poema
rosado
sussurro de auroras
e devaneio
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 27/11/2021
Código do texto: T7395182
Classificação de conteúdo: seguro
... Carta de fevereiro
ainda chove
querido amigo
na boca da tarde
memória-ferrugem
e um segredo de águas
ondula e consome
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 25/11/2021
Código do texto: T7393849
Classificação de conteúdo: seguro
... talvez
a palavra ainda caminha presa neste sonho
pés inchados
ferida
caixa torácica:
corro
tempo que não para
morro
na próxima esquina
outra noite oca
outra manhã incerta
vento frio
assovio
a palavra chicoteia as horas
pinta um rosto
no vão da memória
límpido
líquido
ilusório
chama-lhe
madrugada
dia outro
nome-manhã
há sede
há fome
dói pensar no nunca mais
palavra última
palavra não dita
a escorrer da boca
silêncio:
não dói pensar que talvez eu morra
*Poema publicado na Antologia Identidades
Editora Venas Abiertas
2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 17/10/2021
Código do texto: T7365350
Classificação de conteúdo: seguro
... um momento
um momento
nada mais
do que esta lentidão de dezembro
entre a súplica do fim
e a euforia do começo
nada há entre esse momento
parado
estático
e o momento próximo
de todas as cores
de todos os dulces
de toda espera esquecida num segundo
neste momento
– o da sua ausência –
tudo está cheio de silêncios
e cheio dessa vontade de chuva
que o mormaço das horas implora todos os fins de tarde
na poesia que esvazio
a agonia da sua fuga
a tortura do seu nunca
neste momento-súplica
que as fiandeiras se compadeçam
da minha rudeza
prisioneira deste momento inerte
na erosão do instante
entre sua partida e sua chegada:
o talvez agudo
que me rasga
sem cerimônia
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 05/10/2021
Código do texto: T7357451
Classificação de conteúdo: seguro
... O Mito da Criação
No princípio era o Caos
Então pari uma palavra
insuportável impronunciável
num verso de Solidão
Primeiro dia
Dos meus abismos
fez-se vertigem e treva
sobre o Nada a Poesia caminha
Segundo dia
Do meu Delta Sagrado
veio e visgo
e te inicio líquido euclásio
Terceiro dia
Sopro cântico alado
e do meu pelo
relva viva enleio
Quarto dia
Farta de Solidão
te fiz Estrelas e me fiz Lua
na antecâmara da noite
Quinto dia
Do meu flanco
fiz feras minhas filhas
voracidade viva centelha minha
Sexto dia
Dos meus ciclos
minha imagem e semelhança
Lilith – fagulha e caos
Sétimo dia
No côncavo da tua axila
o encaixe lasso
e meus dedos finos no teu peito...
* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021
Código do texto: T7354602
Classificação de conteúdo: seguro
... O Mito da Criação
No princípio era o Caos
Então pari uma palavra
insuportável impronunciável
num verso de Solidão
Primeiro dia
Dos meus abismos
fez-se vertigem e treva
sobre o Nada a Poesia caminha
Segundo dia
Do meu Delta Sagrado
veio e visgo
e te inicio líquido euclásio
Terceiro dia
Sopro cântico alado
e do meu pelo
relva viva enleio
Quarto dia
Farta de Solidão
te fiz Estrelas e me fiz Lua
na antecâmara da noite
Quinto dia
Do meu flanco
fiz feras minhas filhas
voracidade viva centelha minha
Sexto dia
Dos meus ciclos
minha imagem e semelhança
Lilith – fagulha e caos
Sétimo dia
No côncavo da tua axila
o encaixe lasso
e meus dedos finos no teu peito...
* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021.
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021
Código do texto: T7354602
Classificação de conteúdo: seguro
... Hedonê
nas maçãs fulguras rubra
Hedonê
num sopro de verão
a poesia saliva
os versos lúbricos escapam
entre o ranger dos dentes
te bendizem te bendizem
madrugada latente
*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2021
Código do texto: T7353912
Classificação de conteúdo: moderado
Licença Creative Commons ... versos para esquecer
das cinzas do dia
teu nome me insiste
ecoa cálido sibilo
entre os dentes da noite
te exorcizo nestes versos
Órion
visgo de estrelas
da minha boca
da minha pele
teu nome madrugada
com a mesma força
eflúvio e sede e devoção
a poesia que decomponho
e para meu alento [e sepultura] — parto
poeira de Lua e Tempo
no viés da palavra
[desfaço nós]
sem pronúncia: sou outra
“na curva extrema do caminho”
despedida
[e em teus adros
meu nome
totem profano]
*Poema do livro Palavras Diáfanas que saiu nesta segunda-feira na Revista Gueto.
https://revistagueto.com/2021/08/02/versos-para-esquecer-poema-de-diana-pilatti/
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 03/08/2021
Código do texto: T7313320
Classificação de conteúdo: seguro
... noite
as horas agonizam sobre meu corpo
e do léxico-pretérito a essência cíclica
de todas as deusas
entre minhas pernas tua devoção
e nos meus abismos teu verso santo
____
Poema do Palavras Diáfanas
Editora Patuá, 2021
https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 26/06/2021
Código do texto: T7287079
Classificação de conteúdo: seguro
... significante
uma palavra
perdida
no viés da boca
escapa
no plissê dos lábios
foge
no fôlego
que me sorve
no meu silêncio
faz-se ocaso
no meu rosto
arrebol
e desejo
na poesia
que me desenhas
*
Poema do livro "Palavras Diáfanas"
Editora Patuá
2021
https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 30/05/2021
Código do texto: T7267472
Classificação de conteúdo: seguro
... seu nome
está nos meus sonhos
na lentidão dos meus enigmas
na rima translúcida
nas minhas masmorras
surge
libertino-poético
cortina vermelha na minha anarquia
na poesia-saliva
seu nome tinto
perdido
na minha boca
rutila
*
Poema do livro "Palavras Diáfanas"
Editora Patuá
2021
https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 29/05/2021
Código do texto: T7267108
Classificação de conteúdo: seguro
... INVERNO
tua ausência
caminha pela noite branca
saudade constante
2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021
Reeditado em 15/09/2021
Código do texto: T7190204
Classificação de conteúdo: seguro
... INVERNO
tua ausência
caminha pela noite branca
saudade constante
2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021
Reeditado em 15/09/2021
Código do texto: T7190204
Classificação de conteúdo: seguro
... carne
nas estrias do tempo
poeta
te fiz ser finito
palavra-corpo
imóvel
saliva papila
que odeio e adoro
~fragmento/rascunho
maio.2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2020
Código do texto: T7075700
Classificação de conteúdo: seguro
... chove
teu verbo poeta
incendeia a madrugada
beijo de verão
dez.2019
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 24/09/2020
Código do texto: T7071629
Classificação de conteúdo: seguro
... Te-amo
ele desdenha das estrelas
sua vaidade-algoz
fálica
acha mesmo que inspira desejo?
flor única do deserto,
com essa vasta corola rubra
com esse perfume-lua e espinho?!
sou único
bem-te-quero
e te-cuido
o amor só cresce
depois da poda
_____________
Poema do livro "Palavras Póstumas", volume 5 da II Coleção de Livros de Bolso do Mulherio das Letras
2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 21/08/2020
Código do texto: T7042787
Classificação de conteúdo: seguro
... Permita-se...
Permita-se o lugar do devaneio.
fevereiro de 2012
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 08/08/2020
Código do texto: T7029847
Classificação de conteúdo: seguro
m ... Diana Pilatti em 24/09/2020
Código do texto: T7071629
Classificação de conteúdo: seguro
... Te-amo
ele desdenha das estrelas
sua vaidade-algoz
fálica
acha mesmo que inspira desejo?
flor única do deserto,
com essa vasta corola rubra
com esse perfume-lua e espinho?!
sou único
bem-te-quero
e te-cuido
o amor só cresce
depois da poda
_____________
Poema do livro "Palavras Póstumas", volume 5 da II Coleção de Livros de Bolso do Mulherio das Letras
2020
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 21/08/2020
Código do texto: T7042787
Classificação de conteúdo: seguro
... Permita-se...
Permita-se o lugar do devaneio.
fevereiro de 2012
Diana Pilatti
Enviado por Diana Pilatti em 08/08/2020
Código do texto: T7029847
Classificação de conteúdo: seguro
m ...