Cláudio Carvalho Fernandes
"A existência precede a essência"
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Poemas de Diana Pilatti, aniversariante de HOJE, 21 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA POESIA: 

 

DEUSA 

 

 

já era quase a nona lua      

quando no olho da noite 

inventei uma estrela 

 

 

Diana Pilatti 

 

 

Enviado por Diana Pilatti em 16/04/2023 Código do texto: T7765510 Classificação: Seguro.                            

 

 

 

 

 

Poemas de Diana Pilatti, aniversariante de HOJE, 21 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA POESIA: DEUSA

 

já era quase a nona lua

 

quando no olho da noite

 

inventei uma estrela

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 16/04/2023

Código do texto: T7765510

Classificação de conteúdo: seguro

     ... VOCÊ, PASSARINHO

 

saudade – tempo e distância

 

nó que desato

 

poema e lágrima

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 26/02/2023

Código do texto: T7728170

Classificação de conteúdo: seguro

  ... lenitivo

 

madrugada pequena

 

busco uma palavra

 

que me console

 

busco a palavra

 

que me cesse

 

no silêncio

 

o conforto

 

do sono das horas

 

Diana Pilatti

 

Poema publicado na Antologia Casa Gueto, cujo lançamento aconteceu em novembro de 2022, na Festa Literária Internacional de Paraty. 

Diana Pilatti ... pequeno poema sobre o verbo que dorme

 

entre os retalhos da infância 

 

o verbo dorme

 

sereno

 

como as manhãs de feriado

 

glauco

 

lúmino

 

como um sorriso nas fagulhas do dia

 

no verbo que dorme

 

inexisto

 

movimento mudo

 

entre as coxas deste poema 

 

finito

 

*Poema inédito publicado na Antologia Patuá 10 anos, em 2021 (página 82). Este poema é a primeira parte de um poema mais longo, chamado Não dicionarizadas, que estará no meu próximo livro As Cinzas. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 19/06/2022

Código do texto: T7541351

Classificação de conteúdo: seguro

Licença Creative Commons ... Primordial (poema bilíngue)

 

Primordial

 

     Diana Pilatti

 

no viés do Tempo pregresso

 

antes das coisas serem

 

antes da primeira chuva

 

antes de iniciarem as primaveras

 

quando só a ausência habitava a face da terra

 

havia uma palavra

 

impronunciável

 

a palavra ainda não dita

 

anônima

 

amorfa

 

átona

 

ambígua

 

fêmea

 

fértil

 

entre os dentes do Tempo

 

a primeira Palavra habita

 

Primordial

 

     Diana Pilatti

 

     Translated by Bruno Sales

 

in the slant of a Time foregone

 

before things were

 

before the first rain

 

before springs commenced

 

when only absence inhabited the face of the earth

 

there was a word

 

unpronounceable

 

the word not yet spoken

 

anonymous

 

amorphous

 

unstressed

 

ambiguous

 

female

 

fertile

 

in between the teeth of Time

 

the first Word dwells

 

* * * * * * * * * * * * *

 

Mulherio das Letras - EUA lança coletânea bilíngue de poemas Raízes: Brazilian Women Poets in Translation. Publicado pela Editora Popular Venas Abiertas, reúne poemas de 47 brasileiras. 

 

Meu poema "Primordial" está nesta coletânea e sua versão em língua inglesa foi feita por Bruno Sales. 

 

O livro foi idealizado e editado pelas professoras Angela Rodriguez Mooney (Tuskegee University), Cecília Paiva Ximenes Rodrigues (University of Georgia), Cris Lira (University of Georgia), Lígia Bezerra (Arizona State University) e Luana Reis (University of Pittsburgh). 

 

Para mim, estar nesta coletânea histórica é motivo de grande orgulho. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 13/06/2022

Reeditado em 07/07/2022

Código do texto: T7536785

Classificação de conteúdo: seguro

   ... Artifícios do Silêncio

 

Ontem você me disse que os fogos não fazem mais barulho.

 

Como isso é possível? 

 

Luzir tão intensamente vestindo só o silêncio?

 

Como é possível iluminar todos os horizontes,

 

ser noite faiscante, 

 

sem alardear entre as nuvens?

 

Ontem você me disse

 

que os fogos 

 

não fazem mais barulho.

 

Como poderia?

 

Subir ao céu, 

 

alçar voo 

 

prateando o manto retinto  

 

sem retumbar pelas frestas do infinito?

 

Ontem 

 

você disse

 

os fogos 

 

não fazem barulho…

 

Qual ladainha, então

 

cantaria o velho mandarim

 

ao ver tão caladas estrelas fátuas

 

como lágrimas cadentes na face do tempo-despedida?

 

Ontem

 

você disse.

 

E o céu já não é o mesmo...

 

Então ficaremos a sós 

 

eu você e a distância 

 

versos silentes

 

na cintilância da palavra nestes olhos de constelações fugazes…

 

Na quietude da noite o coração corisca.

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 01/12/2021

Código do texto: T7398014

Classificação de conteúdo: seguro

   ... éon

 

às margens do Jarayes

 

colhia palavras silvestres

 

e nos versos líticos 

 

polias a eternidade 

 

no teu tempo-poeta

 

parietal e efêmero 

 

minha própria essência 

 

primata e lírica

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 29/11/2021

Código do texto: T7396596

Classificação de conteúdo: seguro

Licença Creative Commons ... Rêverie

 

                                              Na cela da noite

 

                                                   te inventei

 

                                              Cavaleiro da Lua.

 

era você

 

no jardim dos espelhos

 

segredando poesia

 

                      meu sonho-alice

 

e me sorria estrelas

 

num perfume opala

 

céu e precipício

 

                     cadente róseo

 

já passa das três

 

o silêncio distraído

 

me trouxe você…

 

                    noite insone

 

e me leu um poema

 

rosado

 

sussurro de auroras

 

                   e devaneio

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 27/11/2021

Código do texto: T7395182

Classificação de conteúdo: seguro

   ... Carta de fevereiro

 

ainda chove

 

querido amigo

 

na boca da tarde

 

memória-ferrugem

 

e um segredo de águas

 

ondula e consome

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 25/11/2021

Código do texto: T7393849

Classificação de conteúdo: seguro

   ... talvez

 

a palavra ainda caminha presa neste sonho

 

pés inchados

 

ferida

 

caixa torácica:

 

     corro

 

     tempo que não para

 

     morro

 

     na próxima esquina

 

outra noite oca

 

outra manhã incerta

 

vento frio

 

assovio

 

a palavra chicoteia as horas

 

pinta um rosto

 

no vão da memória

 

límpido

 

líquido

 

ilusório

 

chama-lhe

 

madrugada

 

dia outro

 

nome-manhã

 

há sede

 

há fome

 

dói pensar no nunca mais

 

palavra última

 

palavra não dita

 

a escorrer da boca

 

silêncio:

 

     não dói pensar que talvez eu morra

 

*Poema publicado na Antologia Identidades

 

Editora Venas Abiertas

 

2021

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 17/10/2021

Código do texto: T7365350

Classificação de conteúdo: seguro

   ... um momento

 

um momento

 

nada mais

 

do que esta lentidão de dezembro

 

entre a súplica do fim

 

e a euforia do começo

 

nada há entre esse momento

 

parado

 

estático

 

e o momento próximo

 

de todas as cores

 

de todos os dulces

 

de toda espera esquecida num segundo

 

neste momento

 

– o da sua ausência –

 

tudo está cheio de silêncios

 

e cheio dessa vontade de chuva

 

que o mormaço das horas implora todos os fins de tarde

 

na poesia que esvazio

 

a agonia da sua fuga

 

a tortura do seu nunca

 

neste momento-súplica

 

que as fiandeiras se compadeçam

 

da minha rudeza

 

prisioneira deste momento inerte

 

na erosão do instante

 

entre sua partida e sua chegada:

 

o talvez agudo

 

que me rasga

 

sem cerimônia

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 05/10/2021

Código do texto: T7357451

Classificação de conteúdo: seguro

   ... O Mito da Criação

 

No princípio era o Caos

 

Então pari uma palavra

 

insuportável impronunciável

 

num verso de Solidão

 

Primeiro dia

 

Dos meus abismos

 

fez-se vertigem e treva

 

sobre o Nada a Poesia caminha

 

Segundo dia

 

Do meu Delta Sagrado

 

veio e visgo

 

e te inicio líquido euclásio

 

Terceiro dia

 

Sopro cântico alado

 

e do meu pelo

 

relva viva enleio

 

Quarto dia

 

Farta de Solidão

 

te fiz Estrelas e me fiz Lua

 

na antecâmara da noite

 

Quinto dia

 

Do meu flanco

 

fiz feras minhas filhas

 

voracidade viva centelha minha

 

Sexto dia

 

Dos meus ciclos

 

minha imagem e semelhança

 

Lilith – fagulha e caos

 

Sétimo dia

 

No côncavo da tua axila

 

o encaixe lasso

 

e meus dedos finos no teu peito...

 

* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021

Código do texto: T7354602

Classificação de conteúdo: seguro

   ... O Mito da Criação

 

No princípio era o Caos

 

Então pari uma palavra

 

insuportável impronunciável

 

num verso de Solidão

 

Primeiro dia

 

Dos meus abismos

 

fez-se vertigem e treva

 

sobre o Nada a Poesia caminha

 

Segundo dia

 

Do meu Delta Sagrado

 

veio e visgo

 

e te inicio líquido euclásio

 

Terceiro dia

 

Sopro cântico alado

 

e do meu pelo

 

relva viva enleio

 

Quarto dia

 

Farta de Solidão

 

te fiz Estrelas e me fiz Lua

 

na antecâmara da noite

 

Quinto dia

 

Do meu flanco

 

fiz feras minhas filhas

 

voracidade viva centelha minha

 

Sexto dia

 

Dos meus ciclos

 

minha imagem e semelhança

 

Lilith – fagulha e caos

 

Sétimo dia

 

No côncavo da tua axila

 

o encaixe lasso

 

e meus dedos finos no teu peito...

 

* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021

Código do texto: T7354602

Classificação de conteúdo: seguro

   ... Hedonê

 

nas maçãs fulguras rubra

 

Hedonê

 

num sopro de verão

 

a poesia saliva

 

os versos lúbricos escapam

 

entre o ranger dos dentes

 

te bendizem te bendizem

 

madrugada latente

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2021

Código do texto: T7353912

Classificação de conteúdo: moderado

Licença Creative Commons ... versos para esquecer

 

das cinzas do dia

 

teu nome me insiste

 

ecoa cálido sibilo

 

entre os dentes da noite

 

te exorcizo nestes versos

 

Órion

 

visgo de estrelas

 

da minha boca

 

da minha pele

 

teu nome madrugada

 

com a mesma força

 

eflúvio e sede e devoção

 

a poesia que decomponho

 

e para meu alento [e sepultura] — parto

 

poeira de Lua e Tempo

 

no viés da palavra

 

[desfaço nós]

 

sem pronúncia: sou outra

 

“na curva extrema do caminho”

 

despedida

 

[e em teus adros

 

meu nome

 

totem profano]

 

*Poema do livro Palavras Diáfanas que saiu nesta segunda-feira na Revista Gueto.

 

https://revistagueto.com/2021/08/02/versos-para-esquecer-poema-de-diana-pilatti/

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 03/08/2021

Código do texto: T7313320

Classificação de conteúdo: seguro

   ... noite

 

as horas agonizam sobre meu corpo

 

e do léxico-pretérito a essência cíclica

 

de todas as deusas

 

entre minhas pernas tua devoção

 

e nos meus abismos teu verso santo

 

____

 

Poema do Palavras Diáfanas

 

Editora Patuá, 2021

 

https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 26/06/2021

Código do texto: T7287079

Classificação de conteúdo: seguro

   ... significante

 

uma palavra

 

perdida

 

no viés da boca

 

escapa

 

no plissê dos lábios

 

foge

 

no fôlego

 

que me sorve

 

no meu silêncio

 

faz-se ocaso

 

no meu rosto

 

arrebol

 

e desejo

 

na poesia

 

que me desenhas

 

*

 

Poema do livro "Palavras Diáfanas"

 

Editora Patuá

 

2021

 

https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 30/05/2021

Código do texto: T7267472

Classificação de conteúdo: seguro

   ... seu nome

 

está nos meus sonhos

 

na lentidão dos meus enigmas

 

na rima translúcida

 

nas minhas masmorras

 

surge

 

libertino-poético

 

cortina vermelha na minha anarquia

 

na poesia-saliva

 

seu nome tinto

 

perdido

 

na minha boca

 

rutila

 

*

 

Poema do livro "Palavras Diáfanas"

 

Editora Patuá

 

2021

 

https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 29/05/2021

Código do texto: T7267108

Classificação de conteúdo: seguro

   ... INVERNO

 

tua ausência

 

caminha pela noite branca

 

saudade constante

 

2020

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021

Reeditado em 15/09/2021

Código do texto: T7190204

Classificação de conteúdo: seguro

   ... INVERNO

 

tua ausência

 

caminha pela noite branca

 

saudade constante

 

2020

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021

Reeditado em 15/09/2021

Código do texto: T7190204

Classificação de conteúdo: seguro

   ... carne

 

nas estrias do tempo

 

poeta

 

te fiz ser finito

 

palavra-corpo

 

imóvel

 

saliva papila

 

que odeio e adoro

 

~fragmento/rascunho

 

maio.2020

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2020

Código do texto: T7075700

Classificação de conteúdo: seguro

   ... chove

 

teu verbo poeta

 

incendeia a madrugada

 

beijo de verão

 

dez.2019

 

Diana Pilatti

Enviado porPoemas de Diana Pilatti, aniversariante de HOJE, 21 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA POESIA: DEUSA

 

já era quase a nona lua

 

quando no olho da noite

 

inventei uma estrela

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 16/04/2023

Código do texto: T7765510

Classificação de conteúdo: seguro

     ... VOCÊ, PASSARINHO

 

saudade – tempo e distância

 

nó que desato

 

poema e lágrima

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 26/02/2023

Código do texto: T7728170

Classificação de conteúdo: seguro

  ... lenitivo

 

madrugada pequena

 

busco uma palavra

 

que me console

 

busco a palavra

 

que me cesse

 

no silêncio

 

o conforto

 

do sono das horas

 

Diana Pilatti

 

Poema publicado na Antologia Casa Gueto, cujo lançamento aconteceu em novembro de 2022, na Festa Literária Internacional de Paraty. 

Diana Pilatti ... pequeno poema sobre o verbo que dorme

 

entre os retalhos da infância 

 

o verbo dorme

 

sereno

 

como as manhãs de feriado

 

glauco

 

lúmino

 

como um sorriso nas fagulhas do dia

 

no verbo que dorme

 

inexisto

 

movimento mudo

 

entre as coxas deste poema 

 

finito

 

*Poema inédito publicado na Antologia Patuá 10 anos, em 2021 (página 82). Este poema é a primeira parte de um poema mais longo, chamado Não dicionarizadas, que estará no meu próximo livro As Cinzas. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 19/06/2022

Código do texto: T7541351

Classificação de conteúdo: seguro

Licença Creative Commons ... Primordial (poema bilíngue)

 

Primordial

 

     Diana Pilatti

 

no viés do Tempo pregresso

 

antes das coisas serem

 

antes da primeira chuva

 

antes de iniciarem as primaveras

 

quando só a ausência habitava a face da terra

 

havia uma palavra

 

impronunciável

 

a palavra ainda não dita

 

anônima

 

amorfa

 

átona

 

ambígua

 

fêmea

 

fértil

 

entre os dentes do Tempo

 

a primeira Palavra habita

 

Primordial

 

     Diana Pilatti

 

     Translated by Bruno Sales

 

in the slant of a Time foregone

 

before things were

 

before the first rain

 

before springs commenced

 

when only absence inhabited the face of the earth

 

there was a word

 

unpronounceable

 

the word not yet spoken

 

anonymous

 

amorphous

 

unstressed

 

ambiguous

 

female

 

fertile

 

in between the teeth of Time

 

the first Word dwells

 

* * * * * * * * * * * * *

 

Mulherio das Letras - EUA lança coletânea bilíngue de poemas Raízes: Brazilian Women Poets in Translation. Publicado pela Editora Popular Venas Abiertas, reúne poemas de 47 brasileiras. 

 

Meu poema "Primordial" está nesta coletânea e sua versão em língua inglesa foi feita por Bruno Sales. 

 

O livro foi idealizado e editado pelas professoras Angela Rodriguez Mooney (Tuskegee University), Cecília Paiva Ximenes Rodrigues (University of Georgia), Cris Lira (University of Georgia), Lígia Bezerra (Arizona State University) e Luana Reis (University of Pittsburgh). 

 

Para mim, estar nesta coletânea histórica é motivo de grande orgulho. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 13/06/2022

Reeditado em 07/07/2022

Código do texto: T7536785

Classificação de conteúdo: seguro

   ... Artifícios do Silêncio

 

Ontem você me disse que os fogos não fazem mais barulho.

 

Como isso é possível? 

 

Luzir tão intensamente vestindo só o silêncio?

 

Como é possível iluminar todos os horizontes,

 

ser noite faiscante, 

 

sem alardear entre as nuvens?

 

Ontem você me disse

 

que os fogos 

 

não fazem mais barulho.

 

Como poderia?

 

Subir ao céu, 

 

alçar voo 

 

prateando o manto retinto  

 

sem retumbar pelas frestas do infinito?

 

Ontem 

 

você disse

 

os fogos 

 

não fazem barulho…

 

Qual ladainha, então

 

cantaria o velho mandarim

 

ao ver tão caladas estrelas fátuas

 

como lágrimas cadentes na face do tempo-despedida?

 

Ontem

 

você disse.

 

E o céu já não é o mesmo...

 

Então ficaremos a sós 

 

eu você e a distância 

 

versos silentes

 

na cintilância da palavra nestes olhos de constelações fugazes…

 

Na quietude da noite o coração corisca.

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 01/12/2021

Código do texto: T7398014

Classificação de conteúdo: seguro

   ... éon

 

às margens do Jarayes

 

colhia palavras silvestres

 

e nos versos líticos 

 

polias a eternidade 

 

no teu tempo-poeta

 

parietal e efêmero 

 

minha própria essência 

 

primata e lírica

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 29/11/2021

Código do texto: T7396596

Classificação de conteúdo: seguro

Licença Creative Commons ... Rêverie

 

                                              Na cela da noite

 

                                                   te inventei

 

                                              Cavaleiro da Lua.

 

era você

 

no jardim dos espelhos

 

segredando poesia

 

                      meu sonho-alice

 

e me sorria estrelas

 

num perfume opala

 

céu e precipício

 

                     cadente róseo

 

já passa das três

 

o silêncio distraído

 

me trouxe você…

 

                    noite insone

 

e me leu um poema

 

rosado

 

sussurro de auroras

 

                   e devaneio

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 27/11/2021

Código do texto: T7395182

Classificação de conteúdo: seguro

   ... Carta de fevereiro

 

ainda chove

 

querido amigo

 

na boca da tarde

 

memória-ferrugem

 

e um segredo de águas

 

ondula e consome

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 25/11/2021

Código do texto: T7393849

Classificação de conteúdo: seguro

   ... talvez

 

a palavra ainda caminha presa neste sonho

 

pés inchados

 

ferida

 

caixa torácica:

 

     corro

 

     tempo que não para

 

     morro

 

     na próxima esquina

 

outra noite oca

 

outra manhã incerta

 

vento frio

 

assovio

 

a palavra chicoteia as horas

 

pinta um rosto

 

no vão da memória

 

límpido

 

líquido

 

ilusório

 

chama-lhe

 

madrugada

 

dia outro

 

nome-manhã

 

há sede

 

há fome

 

dói pensar no nunca mais

 

palavra última

 

palavra não dita

 

a escorrer da boca

 

silêncio:

 

     não dói pensar que talvez eu morra

 

*Poema publicado na Antologia Identidades

 

Editora Venas Abiertas

 

2021

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 17/10/2021

Código do texto: T7365350

Classificação de conteúdo: seguro

   ... um momento

 

um momento

 

nada mais

 

do que esta lentidão de dezembro

 

entre a súplica do fim

 

e a euforia do começo

 

nada há entre esse momento

 

parado

 

estático

 

e o momento próximo

 

de todas as cores

 

de todos os dulces

 

de toda espera esquecida num segundo

 

neste momento

 

– o da sua ausência –

 

tudo está cheio de silêncios

 

e cheio dessa vontade de chuva

 

que o mormaço das horas implora todos os fins de tarde

 

na poesia que esvazio

 

a agonia da sua fuga

 

a tortura do seu nunca

 

neste momento-súplica

 

que as fiandeiras se compadeçam

 

da minha rudeza

 

prisioneira deste momento inerte

 

na erosão do instante

 

entre sua partida e sua chegada:

 

o talvez agudo

 

que me rasga

 

sem cerimônia

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 05/10/2021

Código do texto: T7357451

Classificação de conteúdo: seguro

   ... O Mito da Criação

 

No princípio era o Caos

 

Então pari uma palavra

 

insuportável impronunciável

 

num verso de Solidão

 

Primeiro dia

 

Dos meus abismos

 

fez-se vertigem e treva

 

sobre o Nada a Poesia caminha

 

Segundo dia

 

Do meu Delta Sagrado

 

veio e visgo

 

e te inicio líquido euclásio

 

Terceiro dia

 

Sopro cântico alado

 

e do meu pelo

 

relva viva enleio

 

Quarto dia

 

Farta de Solidão

 

te fiz Estrelas e me fiz Lua

 

na antecâmara da noite

 

Quinto dia

 

Do meu flanco

 

fiz feras minhas filhas

 

voracidade viva centelha minha

 

Sexto dia

 

Dos meus ciclos

 

minha imagem e semelhança

 

Lilith – fagulha e caos

 

Sétimo dia

 

No côncavo da tua axila

 

o encaixe lasso

 

e meus dedos finos no teu peito...

 

* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021

Código do texto: T7354602

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   ... O Mito da Criação

 

No princípio era o Caos

 

Então pari uma palavra

 

insuportável impronunciável

 

num verso de Solidão

 

Primeiro dia

 

Dos meus abismos

 

fez-se vertigem e treva

 

sobre o Nada a Poesia caminha

 

Segundo dia

 

Do meu Delta Sagrado

 

veio e visgo

 

e te inicio líquido euclásio

 

Terceiro dia

 

Sopro cântico alado

 

e do meu pelo

 

relva viva enleio

 

Quarto dia

 

Farta de Solidão

 

te fiz Estrelas e me fiz Lua

 

na antecâmara da noite

 

Quinto dia

 

Do meu flanco

 

fiz feras minhas filhas

 

voracidade viva centelha minha

 

Sexto dia

 

Dos meus ciclos

 

minha imagem e semelhança

 

Lilith – fagulha e caos

 

Sétimo dia

 

No côncavo da tua axila

 

o encaixe lasso

 

e meus dedos finos no teu peito...

 

* Publicados no livro "Palavras Diáfanas" Patuá, 2021. 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 01/10/2021

Código do texto: T7354602

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   ... Hedonê

 

nas maçãs fulguras rubra

 

Hedonê

 

num sopro de verão

 

a poesia saliva

 

os versos lúbricos escapam

 

entre o ranger dos dentes

 

te bendizem te bendizem

 

madrugada latente

 

*Poema do livro "Palavras Diáfanas", Editora Patuá, 2021

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2021

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Licença Creative Commons ... versos para esquecer

 

das cinzas do dia

 

teu nome me insiste

 

ecoa cálido sibilo

 

entre os dentes da noite

 

te exorcizo nestes versos

 

Órion

 

visgo de estrelas

 

da minha boca

 

da minha pele

 

teu nome madrugada

 

com a mesma força

 

eflúvio e sede e devoção

 

a poesia que decomponho

 

e para meu alento [e sepultura] — parto

 

poeira de Lua e Tempo

 

no viés da palavra

 

[desfaço nós]

 

sem pronúncia: sou outra

 

“na curva extrema do caminho”

 

despedida

 

[e em teus adros

 

meu nome

 

totem profano]

 

*Poema do livro Palavras Diáfanas que saiu nesta segunda-feira na Revista Gueto.

 

https://revistagueto.com/2021/08/02/versos-para-esquecer-poema-de-diana-pilatti/

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 03/08/2021

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   ... noite

 

as horas agonizam sobre meu corpo

 

e do léxico-pretérito a essência cíclica

 

de todas as deusas

 

entre minhas pernas tua devoção

 

e nos meus abismos teu verso santo

 

____

 

Poema do Palavras Diáfanas

 

Editora Patuá, 2021

 

https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 26/06/2021

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   ... significante

 

uma palavra

 

perdida

 

no viés da boca

 

escapa

 

no plissê dos lábios

 

foge

 

no fôlego

 

que me sorve

 

no meu silêncio

 

faz-se ocaso

 

no meu rosto

 

arrebol

 

e desejo

 

na poesia

 

que me desenhas

 

*

 

Poema do livro "Palavras Diáfanas"

 

Editora Patuá

 

2021

 

https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 30/05/2021

Código do texto: T7267472

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   ... seu nome

 

está nos meus sonhos

 

na lentidão dos meus enigmas

 

na rima translúcida

 

nas minhas masmorras

 

surge

 

libertino-poético

 

cortina vermelha na minha anarquia

 

na poesia-saliva

 

seu nome tinto

 

perdido

 

na minha boca

 

rutila

 

*

 

Poema do livro "Palavras Diáfanas"

 

Editora Patuá

 

2021

 

https://www.editorapatua.com.br/produto/249874/palavras-diafanas-de-diana-pilatti

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 29/05/2021

Código do texto: T7267108

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   ... INVERNO

 

tua ausência

 

caminha pela noite branca

 

saudade constante

 

2020

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021

Reeditado em 15/09/2021

Código do texto: T7190204

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   ... INVERNO

 

tua ausência

 

caminha pela noite branca

 

saudade constante

 

2020

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 22/02/2021

Reeditado em 15/09/2021

Código do texto: T7190204

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   ... carne

 

nas estrias do tempo

 

poeta

 

te fiz ser finito

 

palavra-corpo

 

imóvel

 

saliva papila

 

que odeio e adoro

 

~fragmento/rascunho

 

maio.2020

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 30/09/2020

Código do texto: T7075700

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   ... chove

 

teu verbo poeta

 

incendeia a madrugada

 

beijo de verão

 

dez.2019

 

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 24/09/2020

Código do texto: T7071629

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   ... Te-amo

 

ele desdenha das estrelas

 

sua vaidade-algoz

 

fálica

 

acha mesmo que inspira desejo?

 

flor única do deserto,

 

com essa vasta corola rubra

 

com esse perfume-lua e espinho?!

 

sou único

 

bem-te-quero

 

e te-cuido

 

o amor só cresce

 

depois da poda

 

_____________

 

Poema do livro "Palavras Póstumas", volume 5 da II Coleção de Livros de Bolso do Mulherio das Letras

 

2020

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 21/08/2020

Código do texto: T7042787

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   ... Permita-se...

 

Permita-se o lugar do devaneio.

 

fevereiro de 2012

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 08/08/2020

Código do texto: T7029847

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  m ... Diana Pilatti em 24/09/2020

Código do texto: T7071629

Classificação de conteúdo: seguro

   ... Te-amo

 

ele desdenha das estrelas

 

sua vaidade-algoz

 

fálica

 

acha mesmo que inspira desejo?

 

flor única do deserto,

 

com essa vasta corola rubra

 

com esse perfume-lua e espinho?!

 

sou único

 

bem-te-quero

 

e te-cuido

 

o amor só cresce

 

depois da poda

 

_____________

 

Poema do livro "Palavras Póstumas", volume 5 da II Coleção de Livros de Bolso do Mulherio das Letras

 

2020

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 21/08/2020

Código do texto: T7042787

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   ... Permita-se...

 

Permita-se o lugar do devaneio.

 

fevereiro de 2012

Diana Pilatti

Enviado por Diana Pilatti em 08/08/2020

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  m ...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes e Diana Pilatti (Outros)
Enviado por Cláudio Carvalho Fernandes em 21/03/2025
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