XXI (De "TEMPLO", de Aristêo Seixas, da APL, Academia Paulista de Letras, 1919)... :
XXI
Semelha ao fogo, quer blasfêmia ou prece,
Quer flor ou fruto, quer espinho ou fronde:
Não sei se Deus ou Satanás parece,
Vem não sei como e vai não sei por onde.
Quanto menos se dá, mais se oferece,
Quanto menos atende, mais responde:
E tanto mais aos olhos aparece,
Quanto dos próprios olhos mais se esconde.
Vive na mocidade, persuadido
De que jamais pela razão de estado
Será por outro furacão vencido.
Mas, da árvore fecunda do pecado,
Sendo o pomo vedado e apetecido,
É mais apetecido, que vedado . . .
Poeta paulista (da Academia Paulista de Letra) Aristêo Seixas, no livro TEMPLO, página 49/50.
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