Qual é o principal? Espírito ou matéria? Natureza ou consciência? a origem das cousas é espiritual, ideal ou material? A resposta a esta pergunta determina a posição filosófica e a visão geral do mundo e da vida. Se respondermos ao problema das relações entre ser e pensar, entre existência e consciência, reconhecendo a primazia do primeiro de ambos os termos, o ser, a posição é denominada MATERIALISTA; se ao segundo termo é dada primazia no pensamento, a posição é chamada IDEALISTA. Quanto à posição idealista, é possível distinguir o idealismo filosófico, que já sabemos que explica o universo pela primazia dos princípios ideais, o idealismo gnoseológico pode ser diferenciado do idealismo metafísico. O idealismo gnoseológico consiste em afirmar a prioridade do sujeito sobre o objecto no processo de conhecimento; o idealismo metafísico torna o sujeito o próprio absoluto.
Os idealistas consideram que o espírito é anterior à natureza e é independente dela. Duma forma ou doutra, como a religião, admitem a criação do mundo, negam a perenidade da matéria e afirmam que a natureza tem origem no tempo. Consequentemente, negam a existência objectiva da natureza e as suas leis.
Os materialistas, ao contrário, explicam o mundo pelo próprio mundo, sem recorrer a forças sobrenaturais externas a ele. Ao reconhecer a existência objectiva da natureza, independente da consciência dos homens, assumem uma postura realista e, consequentemente, afirmam a validade das leis a que estão sujeitos todos os fenômenos e processos naturais e sociais.
O materialismo é monista, pois reconhece um princípio material; o idealismo é dualista se reconhece a existência de dous princípios, um material e o outro ideal, ou também pode reconhecer a existência única dum princípio espiritual, seja uma ideia, espírito ou Deus.
Enquanto o materialismo é a expressão teórica das forças progressistas e avançadas da sociedade e, portanto, buscam o desenvolvimento social e científico, o idealismo é a ideologia das classes interessadas em manter a ordem social vigente.
Cláudio Carvalho Fernandes e Autor português (de Portugal) não identificado