“O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho”.
A poesia pode transitar, sim, entre os pólos do apelo à palavra original e o apego à realidade humana. A poesia, como Gullar afirma em “Cultura Posta em Questão”, pode ser engajada e ainda assim “abrir perspectivas novas para a criação poética”. Nessa perspectiva se tenta mover o poético de Paisagem, como conjunto de poemas em que se inserem as angústias existenciais humanas de uma época e ao mesmo tempo como construção lingüística dessas angústias, embora tal construção não denote tanto rigor.