Análise do poema "A um Poeta", de Olavo Bilac
No soneto A um Poeta, temos aí a metalinguagem quando o poeta utiliza-se de um poema para falar sobre o poema, ou seja, este soneto é um poema sobre o poema. Já no primeiro quarteto o poeta fala do exímio oficio de tecer o poema. O local ideal onde as ideias fluem, embora com dor e teimosia. Este é lugar é comparado ao claustro beneditino: “longe do estéril turbilhão da rua/ beneditino, escreve! No aconchego/ do claustro, na paciência e no sossego, trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua”!
No segundo quarteto apresentam-se os cuidados que se precisa ter para a criação do poema, onde o poeta admite uma forma para o poema onde não transpareça o trabalho exigido pela criação: “mas que na forma se disfarce o emprego/ do esforço; e a trama viva se construa/ de tal modo, que a imagem fique nua,/ rica, mas sóbria, como um templo grego”.
O poeta chega ao primeiro terceto dando mostras do resultado do trabalho feito, destacando principalmente a beleza o que se identifica com os princípios clássicos: riqueza e sobriedade: “não se mostre na fábrica o suplício/ do mestre. E natural, o objeto agrade,/ sem lembrar os andaimes do edifício:”
O fechamento do soneto é complemento do primeiro terceto. O poeta compara a arte como uma beleza pura, onde não deve haver artificialidade, pois é na simplicidade que ela se torna bela: “Porque a Beleza, gêmea da verdade,/ arte pura, inimiga do artifício/ é a força e a graça na simplicidade”.