Cláudio Carvalho Fernandes
"A existência precede a essência"
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos

 

 

 

 

O FAZ-DE-CONTA NEGA DNA MILITAR DO 8/1 E FINGE QUE INVESTIGAÇÃO DE ALIADOS DE LIRA POR PF É SÓ ACASO E segue o faz-de-conta. Francisco Parente Camelo diz haver “indícios” de ação golpista no 8/1. Que militares “voltaram aos velhos tempos” e que Bolsonaro os incentivou.

 

 

 

 

O FAZ-DE-CONTA NEGA DNA MILITAR DO 8/1 E FINGE QUE INVESTIGAÇÃO DE ALIADOS DE LIRA POR PF É SÓ ACASO


 

E segue o faz-de-conta.

 

Francisco Parente Camelo diz haver “indícios” de ação golpista no 8/1.

Que militares “voltaram aos velhos tempos” e que Bolsonaro os “incentivou”.

Camelo, tenente-brigadeiro, preside o Superior Tribunal Militar.

 

E faz de conta não saber que os militares informalmente retornaram ao poder em 2016.

Quando a aliança empresarial-financeira, midiática e militar, empurrando multidões para as ruas, obrou.

Pela queda de Dilma e ascensão de Temer.

 

Façamos de conta que não estão à disposição nas redes os telejornais, emissoras de rádios como a Jovem Klan e seus filhotes, as capas de jornais, revistas.

 

Que não estão as declarações de banqueiros e vozes de O Mercado, inclusive na imprensa.

 

Faça-se de conta não se saber que, à época, uma penca de corruptos comandava a operação. Dentro e fora do Congresso.

E que o juiz Moro, um medíocre, e Dallagnol, um fanático, ora largado num caminho com ares de fuga, foram usados. E usaram.

 

Especialmente as mídias, onde não poucos se renderam ao patrãozinho.

 

Façam de conta que tantos e tantas que depois diriam ter visto a luz, o Caminho de Saulo, não o fizeram por puro oportunismo. E que não o farão novamente se for oportuno.

 

Sempre, claro, em nome de um combate à corrupção, a de sempre.

 

Com empresários, empreiteiras e empreiteiros corrompidos e corruptores desde sempre.

 

Ou, para ficarmos só nos últimos 70 anos, não se sabe quanto custou Brasília? E como custou?

Ou quanto roubaram na ditadura? Bilhões e bilhões roubados.

As grandes empreiteiras de até há pouco eram filhas do nada?

E os chefetes e chefões políticos, de norte a sul, leste a oeste?

De onde vem, vieram suas fortunas erguidas durante a ditadura?

 

Faz-de-conta de não se saber da trilogia corruptora, Lixo–Transporte Urbano– Planos Diretores, que elege bancadas de vereadores, e prefeitos Brasil afora.

 

E não sabem o que são as entranhas dos bancos?

 

Os que já morreram, e como, e os que nasceram e como.

 

O que é O "O Mercado" financeiro quando traja a fantasia de ente invisível e onipresente?

 

Por que, nos escândalos de corrupção, bancos, exatamente por onde corre o dinheiro, nunca ou raramente são citados?

Ou se são, como na CPI dos Precatórios, de imediato a CPI é encerrada?

 

Por que interessados, letrados ou não, não sabem que militares voltaram a tutelar o poder com Temer?

Se isso está nas confissões em livros, tuítes, entrevistas e falas.

Livro de Temer, por exemplo.

E do ex-comandante do Exército, general Villas Bôas.

 

Não teria sido preciso nem mesmo desventrar o celular do tenente-coronel Cid…

E lá encontrar sua esposa e a filha do general Villas Bôas…

Ambas na trama para invadir Brasília, derrubar o ministro Xandão de Moraes & demais.

Maria Aparecida, esposa de Villas Bôas, frequentou a quermesse golpista diante do QG do Exército, em Brasília.

Tem todo o direito, é claro, assim como o de levar o adoentado marido pra ver os frutos do que plantou.

E, da mesma forma, o de usar essa saudação...

– Selva!

 

Mas não façamos de conta não ter entendido a cada ato, a cada “Selva!”, o que tudo aquilo significava.

 

O que significa o presidente da República e ministro da Defesa sobrevoando manifestação pró-ditadura?

Bolsonaro e general Fernando Azevedo a 31/5/2020.

Sobrevoo com lunáticos a pedir, em terra, intervenção militar.

E os pedidos de AI-5 a 20 de abril, 11 dias antes?

Diante do mesmo QG do Exército da quermesse golpista de há pouco.

 

O que significava generais e que tais metidos na farsa das denúncias de fraude nas urnas eletrônicas?

 

Ou um comandante do Exército discursando no Ceará e dizendo que não cumpriria ordens legais de outros Poderes?

E, ao que se sabe, não sendo punido.

 

Mais de 6 mil militares empregados só na administração federal.

Ocupando todos, ou às vezes quase todos, os ministérios do Palácio do Planalto.

 

Com comandantes, e aquele patético clube de pijamas, fingindo não ver manchetes que desmoralizam, fossem precisos ou superdimensionados os fatos...

 

Suspeitas de corrupção nas licitações, diz o Tribunal de Contas da União.

Farra gastronômica, Viagra, próteses penianas.

 

E faça-se de conta que Mourão, então general, agora senador, não pregava golpe, enquanto usava a senha “despertar patriótico”, contra Dilma, em 2015.

 

E que Etchegoyen, general de secular família envolvida em sedições, não articulou a retomada da tutela militar quando pai e tio, Léo e Ciro, foram citados em relatório da Comissão da Verdade por crimes contra direitos humanos na ditadura.

 

Façamos de conta que o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e seu secretário-executivo, general Carlos Penteado, não estavam metidos até os quepes na encenação golpista.

Com fuzis ao dispor sempre é muito mais fácil.

Valentão no fraseado, como cansamos de ver e ouvir, ao depor na CPI do 8/1 na Assembleia Legislativa do DF, Heleno demonstrou a dimensão da sua valentia moral.

 

Faça-se de conta que Luciano Cavalcante, investigado pela PF na Operação Hefesto, não é ex-assessor e amigo de Arthur Lira.

Ex-assessor de Benedito de Lira, pai de Arthur Lira, hoje prefeito na Barra de São Miguel, em Alagoas.

E que filhos de ambos, Arthur Lira e Luciano Cavalcante, relata a Folha de S. Paulo, não representam empresas de mídia – até aí, normal – que teriam recebido cerca de R$ 6,5 milhões em campanhas publicitárias do Ministério da Saúde.

E aí, goste ou não Lira, no caso filhos e contratos são fatos a serem noticiados.

E, se existirem indícios, investigados.

 

Assim como deve ser, apesar do estrondoso silêncio da mídia comercial, o policial civil de Maceió com R$1 bilhão em contratos em Alagoas, Estados e União.

Murilo Sérgio Jucá Nogueira Júnior.

O policial em cujo endereço a PF encontrou R$ 4,4 milhões no dia 1º de junho, na Operação Hefesto.

Aquela de milhões desviados em Alagoas na compra de kits de robótica.

Murilo Jucá, o mesmo que, diz a PF, doou, durante a eleição, sua Hilux para a campanha de Lira.

Doação temporária, declarada pelo próprio Lira, na prestação de contas ao TSE.

Hilux que, relata a PF, eventualmente transportava também dinheiro.

Policial com salário de R$ 10 mil, dando plantão de 24h e comprando fazenda da Monsanto com 1 milhão de metros quadrados?

E mansão que pertenceu a membro do PCC na paradisíaca praia da Barra de São Miguel, em Alagoas?

Façamos de conta que isso não deve ser investigado pra valer.

 

“De Olho nos ruralistas” produziu o relatório “Quem invade as Terras Indígenas”.

 

País adentro, 42 clãs de políticos em 96 mil hectares em áreas sobrepostas a terras indígenas.

E não poucos deles no Congresso, ladrando contra o MST.

 

São 1.692 casos de sobreposição de fazendas em territórios já delimitados pela Funai.

 

Quem não quiser fazer de conta, encontra tais fatos facilmente.

 

Nas arrobas @deolhonosruralistas, @redetvt e @amazoniareal.

 

Escabroso esse tempo em que acusado por contrabando internacional de madeira pontifica em CPI do MST.

 

Como dito aqui ao longo de meses sobre a CPI da encenação golpista...

 

Nesse faz-de-conta, a oposição erraria feio apostando nessa CPI apenas em busca da tal narrativa.

Com seriedade mínima, essa CPI só terá como revelar o que o faz-de-conta busca ignorar. Ou finge ignorar.

Que isso foi o desfecho, ou entrecho, de uma operação militar.

Com aliados de sempre no pacote.

Operação iniciada há anos para retomada do poder de tutela militar.

O 8 de janeiro, uma desastrada tentativa de pressionar para manter privilégios e poder.

Com, claro, lunáticos quebrando tudo.

 

O faz-de-conta finge desconhecer o milicianato e sua penetração na política.

Assim como finge desconhecer as joias, os diamantes sauditas...

As rachadinhas, os negócios imobiliários dos Bolsonaro, tantas vezes com dinheiro vivo.

 

Pode escalar aquela figura patética, ridícula do senador Do Val para tentar explicar o inexplicável.

Pode até fingir que o eviscerado celular do Cidão é o ápice da verdade dos fatos.

Não é, está longe do topo, do comando. Seja em relação às ações, cumplicidade ou omissões.

 

Diante de uma centena de cadetes, ferindo o Estatuto dos Militares…

Bolsonaro se lançou candidato a presidente da República.

A 29 de novembro de 2014.

Dentro da mais importante Academia Militar do Brasil, Agulhas Negras, a AMAN.

Então dirigida pelo general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.

O atual comandante do Exército.

Que, em conversa vazada após o 8 de janeiro, justifica a seus comandados, generais, coronéis…

Bolsonaro foi visitar a Academia, esgueirou-se e, à revelia, fez esse comício dentro da AMAN.

Ok. A princípio, admita-se o drible. Mas quem foi punido por tamanha aberração?

Esse é o faz-de-conta.


 

Se você acha nosso trabalho relevante inscreva-se no canal Bob Fernandes e convide amigas e amigos para colaboração mensal neste link:

 

https://www.catarse.me/bobfernandes

 

 

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes
Enviado por Cláudio Carvalho Fernandes em 21/06/2023
Alterado em 21/06/2023
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links