Cláudio Carvalho Fernandes
"A existência precede a essência"
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Textos

 

 

RESENHA CRÍTICA DE “O PRIMO BASÍLIO”, DE EÇA DE QUEIRÓS por Cláudio Carvalho Fernandes Aluno do Curso de Letras (Português) da UFPI

 

 

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RESENHA CRÍTICA DE “O PRIMO BASÍLIO”,

DE EÇA DE QUEIRÓS

 

 

 

por

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes

 

 

 

 

 

Aluno do Curso de Letras (Português) da UFPI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Teresina

Universidade Federal do Piauí

2001

 

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

 

 

 

 

 

 

 

RESENHA CRÍTICA DE “O PRIMO BASÍLIO”,

DE EÇA DE QUEIRÓS

 

 

por

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes

 

 

Aluno do Curso de Letras (Português) da UFPI

 

 

 

Trabalho apresentado como exigência parcial para a conclusão da disciplina Introdução à Literatura Portuguesa, ministrada pela professora Maria Salomé Vasconcelos Lima, do Departamento de Letras da Universidade Federal do Piauí

 

 

 

 

 

Teresina

Universidade Federal do Piauí

2001

 

 

 

 

Referências

bibliográficas

QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio: texto integral. 5a ed. São Paulo: Ática, 1979. (Série Bom Livro).

 

 

 

 

Informações sobre o

autor

Literato e diplomata português, nascido em Póvoa do Varzim, 1845. Originário da burguesia culta, viveu, desde cedo, afastado dos pais. Estudou Direito em Coimbra, não se distinguindo como estudante; ao final do curso, lançou folhetins que chegaram a provocar riso nos leitores acostumados com o Romantismo. Fixando-se em Lisboa, exerceu a advocacia e se dedicou à literatura. Posteriormente, optou pela carreira diplomática. Viveu, então, em Havana e na Inglaterra, indo a residir definitivamente em Paris. Passava apenas curtos períodos em Portugal, mas nunca deixou de exercer intensa atividade literária em língua portuguesa: livros, artigos em jornais. Morreu em Paris no meio de uma família numerosa em 1900. Eça de Queirós é considerado o melhor ficcionista do Realismo português. Apesar de haver apresentado uma produção literária fecunda, pode-se afirmar que há um denominador comum em tudo o que Eça escreveu: crítica irônica dos princípios burgueses que dominavam seu país. Principais romances: Os Maias - O Crime do Padre Amaro - O Primo Basílio - A Capital - A Ilustre Casa de Ramires - A Cidade e as Serras - Correspondências de Fradique Mendes.

 

 

 

 

Gênero da obra

Prosa de ficção: narrativa romanesca (romance). A obra de Eça adapta o texto literário ao ritmo e à modulação da língua falada. Assim, rejuvenesce a linguagem literária, mesclando-a com recursos de abordagem mais próximos do jornalismo. A Literatura é, portanto, revigorada com a introdução de vocabulário e sintaxe da linguagem oral. Na técnica narrativa, predomina o discurso indireto.

 

 

 

 

Resumo ou digesto

A jovem Luísa casara-se com o engenheiro Jorge, apesar de não amá-lo. Tendo que viajar para o Alentejo, Jorge deixa a esposa em Lisboa, sozinha, entregue a uma vida de tédio, pois Luísa não tem nenhuma ocupação, além de futilidades e ler romances românticos. Um dia, ela recebe a visita de seu primo Basílio, antigo namorado, recém-chegado do Brasil. Os dois tornam-se amantes em pouco tempo, encontrando-se freqüentemente em um quarto alugado especialmente para esse fim amoroso (o “Paraíso”).

Logo a empregada Juliana descobre o relacionamento e intercepta a correspondência da patroa, escondendo as cartas comprometedoras de Luísa a Basílio. A criada passa a fazer chantagem com a patroa, e Luísa, desesperada, propõe a Basílio que fujam. Este não aceita a proposta da amante e parte sozinho para Paris.

À mercê de Juliana, Luísa torna-se pouco a pouco uma verdadeira presa nas mãos da empregada: é obrigada a fazer o serviço doméstico em lugar da criada e sua situação fica insustentável.

Após retornar do Alentejo, Jorge estranha bastante a situação da esposa. Luísa, desesperada, procura Sebastião, amigo da família, e pede-lhe ajuda. Sebastião pressiona Juliana e recupera as cartas comprometedoras. A criada morre. Luísa fica doente em seguida. Um dia chega uma carta de Basílio, que é lida por Jorge. Este toma conhecimento das relações entre a esposa e o primo dela. Quase convalescente, a moça tem uma recaída, delirando e entrando em estado irrecuperável. Termina por falecer e deixa Jorge completamente aniquilado. Basílio, chegando novamente em Lisboa, encontra-se na frente da casa de Luísa, com desejos de reativar o “Paraíso”. Fica abatido quando sabe que a prima faleceu. Até porque, confiando em reatar o caso com Luísa, não trouxera com ele a amante Alphonsine.

 

 

 

 

Avaliação

(Apreciação)

A ficção realista-naturalista de Eça de Queirós apresenta-se como instrumento de combate, de ataque à mentalidade romântica e burguesa, visando a analisar, em extensão e em profundidade, as causas da dissolução dos valores românticos e burgueses, com suas implicações de ordem política, social, moral e religiosa. Este romance tem o intuito de fazer uma análise e crítica da sociedade pequeno-burguesa lisboeta, negando a "arte pela arte" (o autor procurou fazer um verdadeiro estudo da sociedade portuguesa de seu tempo). Quanto à forma literária de sua ficção, Eça foi um escritor modelar. Ele soube revitalizar a linguagem literária portuguesa, perseguindo a simplicidade de estilo: isento de efeitos retumbantes; fez suas frases passarem pela censura da inteligência, eliminando obscuridades; descomplicou a sintaxe; usou com perfeição adjetivos e advérbios. Com relação aos diálogos, tornou-os extremamente naturais: empregou a linguagem típica da burguesia lisboeta e recorreu bastante ao expediente bem difundido na escola realista, ou seja, o discurso indireto livre, no qual o autor reproduz a fala dos personagens, com fidelidade, mas sem usar a forma de diálogo direto.

 

 

 

 

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes
Enviado por Cláudio Carvalho Fernandes em 14/12/2022
Alterado em 14/12/2022
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